terça-feira, maio 12

As correntes da mente

Era uma vez um rapaz que descobriu que havia um mundo fora da sua bolha protectiva tão habilidosamente construída por todos os que pensavam que o amor era o mesmo que colocar correntes e estrangulá-lo até não ter mais vontade para nada. Ele gritava e batia na bolha mas ninguém o via ou ouvia. Conseguiu furar uma ou duas camadas mas não sem se destruir a si mesmo. A bolha era como uma placenta e um ventre, se destruida iria causar danos irreversíveis no rapaz, ou será que ia?



Era uma vez um rapaz que saiu da caverna platónica e olhou para trás e disse-lhes "As sombras são outras pessoas como nós", mas não acreditaram nele. No entanto, ele não pertencia às pessoas fora da caverna nem às pessoas dentro da caverna. Estava sozinho. Era a personificação da solidão em si mesma e tinha sido estrangulado. Num piano desafinado, tentou compor a sua melodia e embora a sua melodia tivesse um travo suave e agridoce de sons de todo o mundo, era considerado um compositor falhado. Ele queria quebrar a última camada, mas não conseguia. Não havia ar, nem energia, nem amor...

E diziam-lhe enquanto morria "não estás tão mal assim. Se deixares de pensar no ar, tudo melhora." Oh como lhe diziam isso e ele acenava com a cabeça. Queria gritar-lhes, mas não podia, apenas dizia que sim. O que quer que fosse, estava bem. Estava farto de lutar.

1 comentário:

Polly Pamplona disse...

- apenas palavras vãs num futuro incerto - adoreiii... se permitir vo pega umas coisinhas aki as vezes... hehehe .... bjOs