sexta-feira, fevereiro 20

Pela noite dentro


Enxuguei as lágrimas, cansadas de cair, e fui pousar a cabeça na almofada por instantes. Senti-me novamente a precisar de chorar.. e chorei. Esvaziei a minha alma em instantes, e fiquei dormente. Já não sinto nada - pensei eu em vão. Não me tinha transformado ainda em pedra ou gelo. O coração ainda batia de mansinho, e as lágrimas insistiam em correr pelo rosto. Lá fora era noite escura, tudo permanecia em silêncio e eu tentava não chorar. Senti o bater do coração na garganta e fiquei perplexa. Será que isto vai passar?! Dizem-me que sim, mas o meu coração não descansa. E nada mais importa. O meu mundo desabou. Deixei descair os meus braços à derrota e deixei-me levar pela corrente rio abaixo. Começo a asfixiar no próprio ranho e sustenho a respiração. O pensamento flui de igual modo, mas o coração acelera. Parece que tudo fica vazio e sem significado. Pára tudo! E de seguida volto a respirar.. Tento espreitar as estrelas à janela, mas o nevoeiro escondeu o ceú. Fecho os olhos, cansados e doridos, e caio no chão. Cansada e derrotada.

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